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 Autor: Fátima Moura

 

Editora: Assírio & Alvim

 

 

Não, não é um livro de receitas. Também tem receitas. O importante deste livro é a assumpção da cataplana como um instrumento versátil e elegante para uma nova imagem culinária. Muitas vezes me refiro à linguagem difícil da nossa cozinha. Ora aqui está um exemplo do contrário.

Habituámo-nos a ver a cataplana como um símbolo da gastronomia algarvia, e com receituário ligado ao mar. Quase desapareceu das Beiras, e não se entende que seja usada tão pouco, mesmo em economia doméstica, pois a sua facilidade de uso, e a sensacional apresentação faria esperar. E depois o espectáculo visual, e o magnífico cheiro de quando se procede à sua abertura, faria supor uma maior utilização.

Estará a cataplana a caminhar para ser um ícone nacional?

A autora elaborou um texto introdutório bem organizado com as tradições recentes da utilização da cataplana e depois um texto com referências históricas que antecederam a nossa alimentação, e em que medida algumas influenciaram o receituário. Ora o livro já é importante por estes textos.

Depois foi lançado um desfio a alguns Chefes de reconhecido mérito para criarem receitas utilizando a cataplana nas categorias de Entradas, Legumes, Peixes e Mariscos, Carnes, e Sobremesas. Algumas dessas receitas são verdadeiramente surpreendentes. Apetece perguntar a estes Chefes se nas suas listas praticam estas receitas. Só assim fazem sentido!

O livro apresenta-se como bilingue mas, lamentavelmente, só as receitas estão traduzidas em inglês. Os textos iniciais também são importantes.

Excelente grafismo com óptimas fotografias. Livro a marcar presença obrigatória.

 

© Virgílio Nogueiro Gomes