(Vista de Sintra, do restaurante do Hotel Tivoli)

Tenho que confessar a minha parcialidade ao escrever este texto. Primeiro porque a Índia foi o país que eu mais gostei de visitar no Mundo, depois porque sou um fã das suas cozinhas. E afirmo expressamente “cozinhas” porque a Índia é um grande continente, e a sua unificação é recente. Cara região tinha a sua cozinha e em muitas regiões, estados, ainda se mantém. Naturalmente que para o exterior há pratos que quase são considerados pratos nacionais. Eu tinha uma ideia errada da cozinha indiana antes de ter visitado a Índia. Educado a habituado a achar que o caril era aquele pó amarelo servido igual em tantos locais, descobri que o caril é muito mais do que o pó amarelo que começou a difundir-se através da Europa, digamos da Grã-Bretanha. Em muitas casas o caril, para além da receita, é um ritual familiar. O caril que comi na Índia nunca é aquele amarelo que aqui encontramos. Ele é mais avermelhado ou mais acastanhado. O caril resulta da junção de várias especiarias e temperos e que, muitas vezes, são apresentados em separado e cada um faz o seu “lote”.

Eu não abdico de, pelo menos uma vez por semana, frequentar um restaurante indiano. E em Lisboa temos vários e bons exemplos. Claro que aqui encontramos, também, para nosso orgulho e prazer, a chamada cozinha goesa, bom exemplo da influência e partilha de hábitos portugueses e que criam um conjunto de bons exemplos de cozinha de fusão, que ganhou perenidade. E é ainda mais prazeiroso entender como o “vindaloo” se transformou num verdadeiro prato indiano com origem na nossa receita de “vinha-de-alhos”.

Não é fácil caraterizar a cozinha indiana. Para isso deveríamos analisar as suas várias cozinha e estabelecer os elementos comuns. No entanto podemos sempre afirmar que é uma cozinha rica em especiarias e condimentos e esses são usados em proporções diferentes. A cozinha indiana não é obrigatoriamente picante conforme é prática corrente afirmar. A vantagem nos restaurantes de hoje é que perguntam a cada cliente qual é a intensidade de picante que pretende. Há produtos que eu aprecio especialmente: cardamomo, gengibre, manga e tamarindo. Depois há os chutneys tão comuns e que quase todos já aprendemos a utilizar. A proposta é que comece a descobrir as maravilhas deste universo que é a comida indiana.

Hoje vou descrever uma refeição indiana que tive no Hotel Tivoli em Sintra, com vista maravilhosa, serviço impecável e comida saborosa. Acompanhámos com vinho mas também seria uma boa opção acompanhar com chá quente ou frio. Esta refeição estava integrada na promoção "O seu caminho para a Índia" que aconteceu em setembro.

(Naan, Chapati e Papadan)

(Masala Bata, Pasta de Hortelã, Chutney de Manda e Creme Iogurte)

(Sopa de Espinafres com Iogurte)

(Sopa de Peixe com Açafrão)

(Caril de Camarão e Mangas Verdes)

(Vindaloo de Carne de Vaca)

(Firni - Arroz com Amêndoas)

(Iogurte, Queijo Mel, Água de Rosas e Morangos)

Quando vier a Sintra pode sempre almoçar no Tivoli e visitar o Palácio Nacional de Sintra, onde pode apreciar peças de origem indo-portuguesa.

© Virgílio Nogueiro Gomes

Hotel Tivoli Sintra

Praça da República

2710 -616 Sintra

Telefone 219 237 200

(Contador Indo-português do Palácio Nacional de Sintra)

(imagem IMC/DDF-IFN da SEC)