Autores: Rochelle Schaetzl, Coordenadora
Editora: Gwynne Conlyn Publishing
ISBN: 978-1-77009-392-8
Claro que é, por vezes, muito mais fácil sugerir livros editados em português. Tenho mantido com alguma regularidade a sugestão de outros livros publicados no estrangeiro. Desta vez trata-se de um livro publicado na África do Sul mas distribuído pelas cadeias mais conhecidas via Internet.
Apetece dizer que esta publicação antes de ser um livro é um objecto artístico. Pela paginação, pelas ilustrações, pelas fotografias. E depois, naturalmente, pelo conteúdo dos seus textos.
Quando lemos, logo no início, o índice sentimos que estamos perante uma obra diferente. À medida que vamos lendo a história deste condimento, aqui tão ricamente apresentado, também podemos sentir algum orgulho pela referência aos portugueses que ajudaram a divulgar ao mundo. As descrições do produto fazem quase sentirmos o seu cheiro e até imaginar a sensualidade com que Penélope Cruz, no seu filme “Woman on Top”, cheira uma malagueta.
Desde a plantação, crescimento, e utilizações simples ou em compostos a sua história decorre com paragens obrigatórias em Moçambique. E textos que revelam como foi aceite no tempo, desde artigo de bruxarias, a proibido pelos Jesuítas, até chegar às mesas de elite e um produto utilizado nas novas cozinhas.
As diferentes qualidades deste fruto e a semelhança com similares noutras partes do mundo são também apresentadas.
Tive a oportunidade de conhecer pessoalmente a coordenadora deste trabalho que também é uma investigadora das partilhas alimentares que os portugueses, a partir das Descobertas, lançaram. Um livro para sentir e esteticamente invulgar que apetecer mastigar.
© Virgílio Nogueiro Gomes