Feira das Cantarinhas

 

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Estive recentemente em Bragança e pude assistir à grande animação na cidade pois realizou-se a Feira das Cantarinhas cuja tradição a colocava a 3 de maio, também dia das Festas das Cruzes em Barcelos. A Feira das Cantarinhas passou a realizar-se, este ano pela primeira vez, no primeiro fim de semana de maio. Antigamente esta feira anunciava a primavera plena e a grande novidade eram as cerejas. Mas este ano, o clima pregou-nos a partida e ainda não havia cerejas! Com grande pena minha. Mas ainda encontrei cantarinhas das antigas e, pelo menos, uma artesã aí se apresentava com grande sucesso. Há muitos anos os produtos principais eram as cantarinhas artesanais, de produção local e umas cantarinhas mais aperfeiçoadas, e os famosos “pretinhos” para dar sorte. E sorte tive eu pois adquiri o último pretinho artesanal.

 

 

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O famoso "pretinho" para dar sorte

 

 

 

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Cantarinhas artesanais e tradicionais

 

Mas esta feira já tem pouco a ver com as feiras da minha meninice. Havia na verdade outros produtos que vinham das regiões próximas e estes produtos eram o grande atrativo que vem de herança das feiras medievais. Basta ler os vários estudos de virgínia Rau e Iria Gonçalves para perceber a função das feiras daqueles tempos e como chegaram até nós. Em Bragança temos notícia da primeira feira em 1272 pois D. Afonso III lhe deu carta de feira anual e que deveria começar a 16 de julho e continuar por quinze dias completos. Com D. Fernando, em 1383, a feira passou a ser de trinta dias, confirmada depois por D. João I, com trinta dias, com tanto que se fizesse em tempo que não faça prejuízo às outras feiras que se fazem darredor na comarca. Outras feiras e com outras formulações continuaram a acontecer nesta região e, de facto, as feiras contribuíam para a chegada de produtos novos a esta cidade. Alguns produtos raros e caros como o foram o açúcar, a canela e a erva doce.

 

 

 

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Pastéis de Vimioso

Não havia cerejas, o meu alvo ansiado, mas encontrei o centro da cidade bem preenchido com a Praça Camões que concentrava o artesanato, onde se incluíam felizmente alguns alimentos e em destaque os Pastéis de Vimioso, e o palco de animação musical. A Praça da Sé cheia, o início da rua dos Combatentes da Grande Guerra, a rua Almirante Reis em festa, a avenida João da Cruz (sentido sul/norte) com vendas, e ainda as ruas da República e Alexandre Herculano também com vendas. Há muitos anos que não via o centro da cidade tão animado, e só por isso fiquei contente. Curiosamente, no início da avenida João da Cruz havia uma instalação artística com “interpretações” de cantarinhas de grandes dimensões.

 

 

 

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Na comida havia representação da doçaria local com “económicos”, “súplicas” e “dormidos”. Depois havia apresentação de doçaria de outras regiões e até apresentação de pastelaria a que chamamos de “fabrico próprio”. Alguns produtos hortícolas alguns para plantio. Por mim vinguei-me a comer do bom pão e chouriço assado, pedaço de bom “bísaro”, rodeão e umas ervilhas tortas deliciosas, tudo do melhor no restaurante D. Roberto em Gimonde. Dispõe de Turismo de Habitação e uma apetitosa loja de produtos regionais, com o melhor dos enchidos que aí se fazem.

 

 

 

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Tudo de Bísaro

 

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Bísaro, Rodeão e Ervilhas tortas

Em breve darei mais notícias desta minha estada em Bragança. Até lá aproveitem que a primavera parece ter chegado, finalmente!

© Virgílio Nogueiro Gomes

 

 

Restaurante D. Roberto
Rua Coronel Álvaro Cepeda - Gimonde
5300-553 Bragança

TL 273 302 510

 

 

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